Blue Lohikäärme Longings

   É primavera. Aqui em Mostar já estão por volta dos 25º, o que nos faz mover do conforto da residência para as chamativas esplanadas dos cafés e bares e para a liberdade do verde parque da cidade (tenham inveja gente que vivem num campus). As pessoas estão visivelmente mais felizes na rua e a cidade parece finalmente ativa e dinâmica. A rápida mudança de temperatura fez-me aperceber o quão importante o sol e o calor são para o meu humor. A primavera simplesmente faz-me mais feliz.
                *passando à frente deste aparte mais pessoal*
                A semana passada foi a Spring Break. Dez dias de viagem pela Europa Central, com (como era de esperar) um grupo extremamente internacional: Estados Unidos, México, Brasil, Egipto, Israel, Finlândia e Portugal. Todas estas nacionalidades caídas do céu acabaram em Belgrado, na Sérvia, onde passaram DEMASIADO tempo num restaurante mexicano a pedido de um destes viajantes adolescentes, e em Budapeste, na Hungria, onde 4 multas, em 2 dias diferentes, e a 3 membros do grupo apenas, foram entregues pela falta de uma certa burocracia chamada bilhete de comboio.
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    Apesar disto tudo, este grupo de internacionais conseguiu ver ambas as capitais muito bem e divertir-se pelo caminho. Agora, têm histórias como ”aquela vez que fomos visitar uma igreja às 3 da manhã” ou “aquela vez em que o pai de um amigo decidiu que eu era a irmã do Cristiano Ronaldo” ou “aquela vez que fomos a bar construído no meio de ruínas”.
                Agora, o IB e a vida académica estão cada vez mais a conseguir infiltrar-se nos meus pensamentos por isso vou acabar este post rapidamente para poder ir passar mais algum tempo a pensar em trabalhar e praticar a delicada arte de procrastinar.
Marta

A primavera chegou!

Desde do inicio de Março que Freiburg tem estado solarengo e a temperatura começou a subir. A neve nas montanhas à volta do colégio derreteu no espaço de uma semana. Foi uma tortura passar os dias de sol dentro de uma sala de aula. Houve algumas excessões em que tivemos aulas no jardim da escola, mas essas foram raras… Mas no dia da Primavera (Sábado, dia 21 de Março) celebrámos em grande festa a chegada do bom tempo e despedimo-nos do frio Inverno. Durante a manhã todos os alunos foram para o jardim e, separados em diferentes grupos, trabalhamos para retirar a terra e lama de dentro de um riacho que no próximo ano, quando os novos “primeiros anos” chegarem, vamos usar para todos nos refrescarmos e relaxarmos na água ao sol. Acho que foi das manhãs mais divertidas e produtivas da minha vida (bom talvez esteja a exagerar…) Mas foi definitivamente gratificante!

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Photo by Leonie Mara.

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Photo by Leonie Mara.

Depois durante o almoço eu toquei com o grupo de uma das minhas “CAS activities”— Jam — a canção “Three Little Birds” e outras canções com a temática da Primavera provenientes de diferentes tradições e culturas.

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Photo by Nailia Khalfieva

Depois de almoço, ouvimos a apresentação de três colegas minhas sobre as celebrações do ano novo nas regiões do Afeganistão, Syria, entre outros países, que foi comemorado exatamente no dia 21 de Março.

Depois disso voltamos ao jardim para celebrarmos o Holi, uma tradição primaveril indiana. Basicamente atiramos pós coloridos e água uns aos outros. Foi muito divertido também. Acho que se tivéssemos feito estas atividades no inicio do ano teríamos-nos tornado um grupo extremamente unido nos primeiros minutos.

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Photo by Nailia Khalfieva

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Photo by Leonie Mara.

Outro evento que aconteceu ultimamente no colégio foi o doar cabelo a uma associação de ajuda a vitimas de cancro e outra doenças que provocam a queda de cabelo. Este evento ocorreu no dia 20 (sexta-feira) antes do dia da Primavera. O comprimento mínimo que se podia doar era 20 centímetros. Eu tinha um pouco mais de 20 centímetros de cabelo por isso cortei-o e doei-o! O cabelo doado vai ser usado para criar perucas. Assim os pacientes de cancro (entre outras doenças) vão poder usar lindas perucas de cabelo natural.

Aqui estão as fotos do antes e depois de cortar o cabelo.

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Photo by Sophie Seydel.

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Photo by Sophie Seydel.

Na próxima semana vou estar na minha segunda Project Week deste ano. Eu e o meu grupo vamos para Praga, na República Checa. Estou MUITO entusiasmada.

Um abraço e até à vista! 😀

Beatriz

Feliz Cumpleaños (em “drunk spanish”)

Acho que todos os portugueses que frequentam ou frequentaram UWC’s sofrem do mesmo problema: o português vive na sombra do espanhol. “Drunk Spanish” é o nome que dão à nossa língua maravilhosa. Por cá há quem diga que o Português é uma mistura de chinês e espanhol ou até mesmo de espanhol e russo!

No entanto não é isto que quero partilhar hoje, mas achei que devia explicar o porquê do título. Recentemente (dia 24 de Março) foi o meu aniversário e tive o prazer de passá-lo aqui no Pearson. Com exceção do meu teste de química, o dia foi fantástico! Durante o jantar a minha buddie (segundo ano que nos ajudo no ínico do ano letivo), Natalia do Uruguai, anunciou o meu aniversário na cafetaria e logo a seguir a equipa de Gumboot, de que falei no meu último post e da qual faço parte, entrou e começou a dançar! Depois, pelas 20h30, fui raptada pelo Ali (Dubai/Omã) e o Aziz (Índia) que me levaram para a sala comum. Resumo da minha festa de 15 minutos: Levei com o bolo na cara, abracei toda a gente e tive direito a uma piñata feita pela Roxi e o Eduardo (Venezuela) e a Noa (Ontário). Foi fantástico! Aqui vão umas selfies dos meus anos.

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A primeira foto: Aziz (India), eu (cheia de bola na cara!), Nazha (Líbano/Palestina) e Ali (Dubai/Omã)

 

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Segunda foto: Riikka (Finlândia), eu, Roger (China) e Ali (outra vez)

Mudando de assunto. Um dos meus segundos anos, Bader da Jordânia, começou a dar aulas de Árabe a que ele dá o nome de “Arabic ab initio HL”. Desde o ínicio do ano tenho cultivado um fascínio pela cultura árabe e aprender a língua é o que estou a tentar fazer agora!

 

Inês

Já com 18 anos!

Olá a todos! Parece que foi ontem que escrevi a partir de casa e já estou no segundo post, agora escrevendo do outro lado do mundo.

Desde a última vez que dei noticias aconteceram coisas engraçadas.

Quando regressámos das férias de Natal, tivemos uns quantos dias para estudarmos para os exames e recuperarmos malas perdidas (as minhas andaram extraviadas uma semana.Seguiu-se uma semana atribulada e cansativa e,finalmente, tivemos descanso!

10934057_10153029279963147_455384104807828963_nNo dia dezassete realizou-se o Yule Ball. Inspirámo-nos no quarto filme do Harry Potter e organizámos um baile formal. Foi sobretudo uma boa desculpa para tentarmos dançar a valsa e subtermos os rapazes à velha pressão de convidar a rapariga (embora também houvesse pares do mesmo sexo – aqui ninguém discrimina ninguém).

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Logo no dia que seguinte aconteceu um evento importante (pelo menos para mim): a pequena deixou de o ser! Sim, finalmente atingi a maioridade… Admito que foi estranho não passar o dia de anos em casa, a ver filmes e a comer o bolo de chocolate da minha mãe. Mas felizmente aqui criam-se laços que embora nunca substituam os familiares, aconchegam muito.

 

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(carinho português 🙂 )

Tenho que tirar o chapéu à minha colega de quarto e à minha amiga de Chicago, a Rina (que já referi no meu post anterior). Fizeram-me uma festa surpresa com bolos, bolachas e os meus melhores amigos todos presentes.

O fim de semana passado tivemos a Conferência Anual. O que é isso? Bem, a escola organiza todos os anos uma conferência onde convida várias escolas e oradores a participar. Este ano o tema era zonas de conflitos e pudemos explorar os vários aspetos de um conflito: desde os problemas económicos a problemas relacionados com a saúde.Foi extremamente interessante e uma oportunidade genial de abrir as portas do colégio à comunidade.

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Luísa

Segundo Semestre no UWC Robert Bosch

Olá Queridos Leitores!

Já passaram cinco semanas desde que voltei de Portugal para o colégio. Passou tão rápido! 😮 Parece que cheguei a semana passada, embora imensas coisas já se tenham passado entretanto…

Os maiores eventos foram o “Special Topic Day” (“Dia do Tópico Especial”), o “Winter Ball” (Baile de Inverno) e o “Snow Day” (Dia da Neve).

O Special Topic Day foi sobre Religião. Tivemos workshops durante o dia todo sobre diferentes religiões. Aprendi sobre os ideais do Budismo, do Islão e relembrei os ideais Cristãos. Falámos de ateísmo, de espiritualismo. Discutiu-se também sobre o papel da religião nos sistemas políticos no mundo. Houve um momento do dia em que tivemos testemunhos pessoais. Houve quem falasse do momento em que ficaram certos da sua fé, houve quem falasse do momento em que deixaram de ter fé na religião em que foram criados. Foi um dia de pensamentos profundos e de discussões intensas. Quem viveu esta experiência sabe do que falo: religião é sempre um tópico sensível, mas é um tópico que tem de ser questionado e discutido. Porque questionar a nossa própria fé não é traição a Deus nenhum… no meu ponto de vista aqueles que o questionam são os que mais o procuram.

Enfim, nesse dia também houve alguns momentos musicais: coros cantaram, a minha professora de Inglés A cantou canto gregoriano e alguns cantos líricos. Tivemos a oportunidade única de ouvir Thomas Duval tocar alaúde, ele é um estudante universitário Francês que fez o conservatório de musica em guitarra e alaúde. Foi simplesmente mágico ouvi-lo. No final do dia tive oportunidade de tocar com ele na minha “creative CAS” (actividade de criatividade) JAM. Foi fantástico!

Agora falando do Winter Ball, foi um evento fantástico organizado pelos alunos. Foi ao mesmo tempo um evento de angariação de fundos para a ajuda aos refugiados em Freiburg e uma festa para nos divertirmos e descontrairmos do stress do IB. Eu participei activamente no evento, visto que bailes não é uma coisa que eu aprecie muito (principalmente arranjar um par para me acompanhar… buuuuuh no me gusta…), tive de arranjar forma de me divertir na mesma… E qual foi? Bom basicamente cantei em vários momentos da festa conjuntamente com colegas meus. Primeiro cantei com a banda da minha CAS que falei anteriormente, a JAM. Esta era constituída por mim, o meu professor de antropologia, Mihir, o “terceiro ano”, Micha e outros colegas meus como Selina (Ilhas Marshall), Sophie Seydel e Elias (Alemanha), Marwan (Palestina), Talulla (Reino Unido).

Mais tarde outra banda tocou. Esta formou-se exclusivamente para o Winter Ball, mas acho que vamos continuar devido ao sucesso (modéstia à parte) que nós fomos. Nós ensaiámos durante os “tempos livres” (in)existentes em que nos era (im)possível ensaiar durante as duas semanas anteriores ao Winter Ball. Esta banda era constituída por mim e o Tafara (Zimbábue) nas vozes principais, o Andres (Colombia) no baixo e voz, a Ruixi (Malásia) no piano e segunda voz, o Tilmann (Alemanha) na bateria, o Micha (Alemanha) no acordeão, o Cesar (Guatemala) e o Johan (Dinamarca) nas guitarras e o Basti (Alemanha) como segunda voz. Éramos muitos e bons! ^_^ Foi Fantástico fazer parte desta banda! E o melhor foi receber o feedback caloroso que recebemos no final. Quando acabámos de tocar toda a gente começou a gritar “Só mais uma! Só mais uma!…”. Recebemos muitos elogios também da parte dos professores. Helen, uma das professoras e gerentes da escola disse que a nossa banda foi uma das melhoras bandas que ela alguma vez assistiu em toda

a sua história como professora nos UWC, por outras palavras foi das melhoras bandas que ela já ouviu em todos os colégios UWC em que já leccionou.

Fiquei muito feliz e impressionada com o comentário. E é definitivamente algo que nos motivou a continuar a tocar!

Eu irei publicar o mais cedo possível videos das bandas a tocar e muito mais no meu blog: https://beatrizpelomundo.wordpress.com/ por isso fiquem atentos! 😛

Relativamente ao Snow Day, acho que nunca me diverti tanto na minha vida! 😀 Foi simplesmente fantástico! Guerras de bolas de neve, rebolar colinas abaixo, cair três mil vezes enquanto estás a tentar fazer esqui… Foi… indescritível! Pode parecer-se que falo com ironia… mas acho que nunca falei tão a sério na minha vida. Esquiar é muito intimidante… Principalmente quando se está no topo da colina! 😮 Mas foi deveras hilariante descer a colina pela primeira vez. Eu, a neve e o chão ficámos melhores amigos! XD Foi um dia que nunca vou esquecer! Não vou esquecer também a paciência que a Talulla teve para me ensinar/ajudar a a descer com as pranchas de esqui nos pés.

Aqui estão algumas da fotos do dia. Infelizmente nenhuma delas me mostra em ação… porque sinceramente ninguém é estúpido o suficiente leva câmeras fotográficas para descer uma colina íngreme… But anyway ^_^

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Eu e o Cesar (Venezuelano/Português)!

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Por ordem: Tafara, eu e Stephan

Espero que tenham um resto de uma boa semana! Por cá festeja-se o carnaval!

Um abraço,

Beatriz

Ainda não vi leões…

Estas 3 semanas foram as semanas mais ocupadas da minha vida! Foi sempre a andar, desde a semana de Orientação, à criação de novas amizades, conhecer a escola e a cidade, conhecer mais sobre o curso que vou frequentar nos próximos 2 anos (o famoso IB), conhecer mais sobre o movimento UWC, a história. Foi muito activo e espectacular.

A 1ª semana foi a semana de Orientação em que nos conhecemos melhor uns aos outros (pois como podem imaginar ninguém conhecia ninguém, e por isso estes jogos facilitam a proximidade entre os alunos). Foi muito engraçado, pois também ficámos a conhecer mais sobre a escola e o país onde estamos. Praticámos desporto, tivemos debates, apresentações, entre outros.

Houve a Parada das Nações, em que representei Portugal juntamente com uma rapariga meio-portuguesa. No final da mesma semana, dancei Kizomba também para representar Portugal com uma rapariga Sul-Africana e com mais 2 pares no palco; devo dizer que foi fantástico!

Ainda nessa semana aconteceu um episódio deveras interessante. Fomos fazer serviço comunitário numa casa para órfãos, em que fizemos jardinagem, pintámos a cantina e brincámos com as crianças. No fim, começou a chover água e relâmpagos. Aqui os relâmpagos são uma coisa séria; muito vulgar (quase todas as semanas), mas muito perigoso (o motorista da escola já foi atingido 2 vezes por relâmpagos). À volta, como tinha estado a chover e as “estradas” nas montanhas não são lá muito boas, o autocarro não conseguiu subir uma das montanhas, e sorte nossa de estarmos na Swazilândia, a população local quis logo ajudar (as pessoas aqui são quase mais hospitaleiras que Portugal, o que é quase impossível). Portanto acharam uma boa ideia colocar vacas a puxar o autocarro (foi a primeira vez que isto aconteceu com a escola, não é uma coisa comum, não se preocupem).

Nesta paragem, estando no meio das montanhas, decidi aproveitar a vista e meditar um pouco. Era outra dimensão. Não fazia ideia da existência de tal beleza, mas só mesmo visto.

No fim de semana passado fui acampar em Millwane (uma reserva natural no Sudoeste da Swazilândia) e foi outra experiência fantástica. Vimos as estrelas à noite (vi as minhas primeiras estrelas cadentes), falámos e dançámos. No dia seguinte fizemos um trilho de 12 km para ver hipopótamos e crocodilos (com distância de segurança claro), mas não vimos nem um nem outro, mas ouvimos grunhidos de um animal grande que calculámos que fosse um hipopótamo. No entanto, acordámos com macacos a lutarem às 4H30 da manhã, vimos zebras, cavalos, macacos, veados, vacas, e muitos mais animais (biodiversidade não falta nesta terra!).

As aulas já começaram, mas com certeza que terei mais oportunidades ao longo do ano para vos contar sobre esta parte!

Para os leitores que se candidataram este ano e para os que se estão a pensar candidatar, este sonho é verdadeiro, não é um conto de fadas. Eu só acreditei quando entrei no portão da escola às 22H depois de uma viagem extremamente cansativa mas sem dúvida nenhuma recompensante. Não desistam dos vossos sonhos!

Até breve!

Palavras em masala

É com grande agrado que partilho convosco um pouco mais da minha experiência no United World College of India ( mais conhecido por MUWCI) .

Espero que o Natal tenha sido recheado de doces e o Ano Novo de champanhe..ups, queria dizer uvas passas. Desde as minhas últimas palavras muita coisa se passou, muitas experiências foram vividas, muitos pensamentos foram pensados.

Encontro-me no meu segundo período em MUWCI mas gostava de partilhar um pouco das minhas últimas semanas antes de ter voltado a Portugal para as férias de Natal.

As minhas duas últimas semanas foram intensas. O colégio ja não era novo mas sentia que ainda havia muito por descobrir. Queria ir para casa mas tinha medo que, ao partir, ninguém de mim se lembrasse quando em Janeiro eu voltasse.

Voltar a Portugal acalmou-me o turbilhão de emoções. Nada que uma francesinha ou um pão com panado não resolva.

Regressar ao colégio foi ótimo. Uma agradável sensação de acolhimento abraçou-me no primeiro instante que aterrei.

photo 1 photo 2O meu quarto já não é um lugar estranho e vazio. Está repleto de boas memórias, pósteres e fotos. Finalmente tem aquele aconchego de “casa”.

O segundo período está a passar a correr. Ainda ontem cheguei e um mês já lá vai.

Os projetos fora da sala de aula começam a ganhar mais forma e o campus está repleto de novas atividades.

Apresentações orais abertas a todos os membros da comunidade, interagir com crianças fora do campus, produzir uma peça de teatro, preparar workshops para os meus futuros primeiros anos são alguns dos meus projetos atuais.

Mas nem tudo é novo e algumas atividades têm sido passadas ao longo dos anos pelas diversas gerações de alunos e professores.

Uma delas é a Semana Regional. Uma Região do planeta é selecionada e os alunos/professores naturais dessa área geográfica planeiam actividades relacionadas com a cultura dos países envolvidos.

A America (Norte, Centro e Sul) foi a primeira região a demonstrar a sua diversidade cultural.

Cada dia da semana teve um país associado e fomos convidados a vestirmos trajes regionais dos países em causa.

Todos os dias tivemos seções informativas ou debates sobre um tópico ou país específico e por duas vezes o jantar foi “especialmente à americana”.

photo 3No penúltimo dia tive a oportunidade de cozinhar comida Jamaicana e para terminar tão bela semana tivemos um show que envolveu dança, teatro e canto.

MUWCI desafia-me todos os dias. Oferece-me reflexões e novas teorias para debater.

É incrível como tudo o que se passa no mundo real tem mais que um significado agora que sabemos olhar com outros olhos.

Assim me despeço e vos deixo com o link de uma das cenas do teatro em que estou envolvida.

 

Francisca

O cantinho da Marta

Estou a escrever este post à uma da manhã de uma quinta feira, simplesmente porque me senti inspirada ao olhar para as luzes, as fotos, as bandeiras, os bilhetes, os desenhos, e tudo o que me rodeia enquanto estou deitada na minha cama. Este semestre vim com a motivação de tornar o meu quarto ainda mais acolhedor, e tenho que admitir que resultou. Quem vive com 4 pessoas no quarto às vezes tem dificuldade em encontrar o seu cantinho, mas acho que consegui com que o meu se tornasse realmente meu.
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                Quando me candidatei, muita gente (incluindo eu própria) me perguntou como é que eu era capaz de lidar com tanta mudança assim de repente. Eu costumava responder que as probabilidades de eu ser feliz num UWC eram muito mais altas do que se ficasse em casa. Agora, no entanto, tenho uma prespectiva ligeiramente diferente. A mudança é a única coisa que me faz sentir confortável em algum lugar. Explicando melhor: no meio deste lugar tão estranho e diferente e stressante, o meu quarto em Mostar faz-me sentir mais em casa que a minha própria casa. Acho que o constante stress que se vive aqui nos faz agarrar mais que nunca a lugares e pessoas com as quais possamos contar.
                Acho que a única coisa que pretendo atingir com este texto é dizer a todos os zero anos que começaram agora as suas candidaturas que estejam preparados para se ver mudar das maneiras mais impensáveis e fantásticas possíveis. E que simplesmente não ponham demasiada importância nas preocupações que vos surgirão no dia-a-dia num UWC, porque por mais preocupantes que sejam, pensem que este lugar é o lugar ideal para ter problemas. Eu prefiro lidar com os meus problemas aqui do que em casa. Talvez porque aqui,o mais provável é alguém já ter passado pelo mesmo. E o mais provável é haver alguém que, mesmo sem dizer nada, saiba como te fazer sentir melhor. E o mais provável é que, eventualmente, te esqueças de qualquer preocupação com a que estiveste obcecado durante esse dia e estejas novamente feliz e inspirado.
Marta

De volta ao Canadá

Estou de volta. Sinceramente depois de passar três semanas em casa de férias sinto que tenho duas vidas. O que sei é que é muito bom estar de volta! Ver todos outra vez…nem imagino como será depois das férias do Verão hahaha. De qualquer das maneiras tenho um duro período pela frente.

Enfim…uma das coisas que mais gosto, e acho que isto se aplica a todos os UWC, são os programas/actividades mais estranhos, imprevisíveis, espontâneos e sobretudo divertidos que acontecem por aqui. Fogueiras na praia, passeios na floresta, lutas na sala comum (hahaha), são só exemplos das mais variadas coisas que se pode fazer em solo Canadiano. São estes momentos que, acima de tudo, me fazem apreciar tanto esta experiência! O meu sonho era estar no Pearson College mas sem IB. Por falar nisso, o segundo, e no meu caso, último período deste ano letivo promete ser extremamente cansativo e desafiador. Para além dos testes e trabalhos que vão ser muito mais que no período passado vamos ter o “One World”. O “One World” para quem não sabe é um espetáculo anual exclusivo do Pearson no Royal Theatre em Victoria e em que os alunos partilham as suas culturas através de danças, peças de teatro ou peças musicais. Cada aluno pode estar no máximo em 4 actos e eu já estou em dois. Um deles tem o nome de “Mamaqtuq” e é uma dança contemporânea ao som de uma música em Inuktitut que é a língua falada pelos indígenas do Norte do Canadá, os Inuit. O outro acto chama-se “Gumboot” (uma bota). Esta dança era feita pelos operários negros durante o Apartheid como forma de revolta e como não consigo descrever a dança…aqui está um vídeo (https://www.youtube.com/watch?v=D2AC0VeytwM)

Até à próxima!

Inês

 

Update de férias da Beatriz

Olá queridos leitores,

Desde já queria pedir desculpa pelo longo silêncio, só agora que estou de férias em Portugal é que consegui arranjar um tempinho. Sinceramente nunca pensei que fosse tão difícil manter o contacto com a terra Natal e manter toda a gente a par do que tenho feito no colégio durante estes meses… Às vezes até manter a minha pessoa a par daquilo que estou a fazer é difícil!

Mas enfim… Eu vou tentar condensar tudo o que fiz em poucas palavras (não prometo que a descrição seja cronologicamente exata). A última vez que vos escrevi falei-vos da Cerimónia de abertura do colégio… O que aconteceu há mais de três meses e meio. Entretanto tive a minha “Project week” (“Semana-projecto”), que eu própria idealizei e organizei, intitulada “Paint for Change” (“Pintar pela mudança”). Neste projecto eu e mais 5 colegas minhas que se juntaram a mim trabalhamos em conjunto com um grupo de jovens adolescentes que pertenciam a uma organização social de apoio aos jovens que sofrem de problemas em casa entre outras coisas chamada “Jugendhilfswerk”. Passamos um bom tempo com elas, jogamos jogos para “quebrar o gelo”, cozinhamos juntas e tivemos diversos debates sobre tópicos interessantes. Do resultado desses debates desenhámos pequenos esboços que achássemos que retratavam os diversos problemas de que falámos. No final fomos para a rua passar esse “pequenos esboços” para as paredes em grande escala (em zonas legais onde se pode fazer street art). Os materiais que utilizámos foram giz de cores variadas e tinta de água biológica! 😀 Sei que não houve muita gente que visse as pinturas fantásticas que se fizeram nas paredes naquele dia e também que por isso o pintar não vai mudar nada no mundo. Mas acredito que esta experiência apesar de não ter trazido paz ao mundo trouxe alguma esperança aos corações e às mentes das raparigas que estiveram connosco durante aqueles dias. E essa é das coisas mais gratificantes que alguém pode receber: o saber que fomos o gatilho para uma mudança positiva em alguém (por mais pequena que essa pareça ter sido). Porque são as coisas pequenas que criam grandes mudanças.

Eis aqui umas fotografias deste evento (não posso publicar nenhumas com as raparigas presentes por questões de violação de privacidade:​

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Depois da project week começaram as minhas atividades de CAS, que são: como actividade de criatividade, Teatro Musical; como actividade de ação comecei pela dança contemporânea e depois troquei pelo futebol feminino; e finalmente como actividade de serviço trabalho com um grupo iniciado por uma colega minha cujo objectivo é fazer campanha de luta contra a SIDA e o preconceito ligado a esta também. Vamos a outras escolas para fazer workshops e estamos a angariar fundos para enviarmos para a Suazilândia para campanhas que se façam lá pelo colégio UWC lá localizado (que é um dos países do mundo com a maior percentagem de população infetada com o vírus da SIDA). O primeiro grande feito que fizemos teve lugar no dia 1 de Dezembro (dia mundial da SIDA). Este consistiu em organizar um evento e uma exposição de fotografia com a presença de várias pessoas ligadas à área da SIDA com diferentes perspectivas em relação aos problemas sociais que esta causa entre outras coisas. Foi muito interessante fazer parte desta experiência. Nós organizamos o grupo de forma a que toda a gente desempenhasse funções diferentes e úteis. Eu por exemplo estava no departamento artístico, por isso fui responsável por desenhar os posters para publicitar o evento e organizar a parte de entretenimento durante o evento que neste caso foram vários momentos musicais. Por falar nisso tenho aqui o Cartaz que desenhei e um dos videos gravado! 😀

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Estes não foram os únicos momentos musicais que partilhei com o resto dos meus colegas. São muitas as vezes que nos juntamos por acaso nas salas de música do colégio e fazemos magia. Gosto muito do ambiente que se cria. Alguém toca piano e depois vozes se juntam e improvisam sobre os acordes do pianista. É mágico porque é espontâneo e a cima de tudo é sentido por aqueles que o fazem e aqueles que o ouvem. São dos meus momentos favoritos passo no colégio (apesar de quase tudo aquilo que faço ali ser favorito).

Na escola houve muitos outros eventos nos quais toquei ou fiz parte da organização. Antes nunca tinha feito parte da organização de coisas a tão grande escala ou para a escola inteira participar. Dá gosto ver o resultado dos nossos trabalhos. Parece que as pessoas lhes dão mais valor aqui do que em todas as escolas que tive. Talvez o facto de sermos uma comunidade pequena ajude… mas penso que não é só isso, mas também não sei bem explicar o que o torna tão especial.

Como já disse no inicio agora estou em Portugal a aproveitar o “sol” e o “calor”. Também estou a preparar-me psicologicamente para o frio e que me espera em Freiburg. A única coisa que me motiva para sobreviver aquele frio é a neve. Pois é nevou durante estas férias em Freiburg! O colégio está todo coberto de neve. Mal posso esperar para pisar e sentir aquele frio manto branco!

Está na hora de me despedir. Deixo-vos com uma fotografias que me enviaram do colégio cheio de neve.

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Até breve e um abraço,

Beatriz Lima

UWC Robert Bosch