Aventuras na China Week

Depois de tirar fotografias no aeroporto, de partilhar a minha experiência de voo e de receber o meu bilhete de autocarro, a minha demanda para o colégio começou. Acompanhado por colegas da Malásia, Mainland China e por alguns second years, a viagem foi bastante agradável. Conhecemo-nos melhor e falámos sobre esta enorme aventura.

                Passadas quase duas horas, chegámos à última paragem da linha WU KAI SHA. Andámos um pouco e lá estava ele: o grande letreiro Li Po Chun United World College of Hong Kong. Fizemos o check-in, recebemos as chaves de quarto e fomos para as nossas residências. Conheci os meus colegas de quarto, nativos de Hong Kong (obviamente…) e de Marrocos.

                Depois disso muito se passou: a ORIENTATION WEEK; a escolha das disciplinas; a International Cultural Evening; um Tufão (que nos impediu de usar Internet durante quase um mês), block activities, MESCA

                Em dois meses, vivi um turbilhão de novas experiências e aventuras. A mais marcante foi, talvez, a CHINA WEEK.

                Todos os alunos do primeiro ano do LPC têm a oportunidade de passar uma semana na Mainland China com o intuito de desenvolver um serviço comunitário e explorar a cultura chinesa.

                A semana começou com uma longa viagem de 6 horas de autocarro, passando por montanhas verdes e pequenas cidades. A nossa primeira paragem foi Liannan, onde visitámos uma belíssima aldeia milenar, a Yao-village. A tribo Yao é uma pequena comunidade que vive principalmente em zonas montanhosas no sul da China. A aldeia está localizada no meio das montanhas, com vista para um vale deslumbrante que é banhado por traços verdes, vermelhos e marrom. Entrámos, de facto, num lugar de tranquilidade, um lugar sereno onde podemos abrandar e mergulhar na beleza natural, sem distrações. A visita à Yao – village fez-me perceber a importância da preservação cultural, especialmente de tribos e de pequenas comunidades étnicas.

                Fiquei fascinado com a roupa do povo Yao: jaquetas escuras e calças decoradas com cintos coloridos. O detalhe mais impressionante foi o cabelo longo, enrolado em carrapito e envolto num pedaço de pano vermelho. As golas, mangas e pernas das calças de vestidos das mulheres são bordadas com medalhas de prata que complementam a indumentária.

                Visitámos 7 escolas e as diferenças de um espaço para outro foram notórias. Vislumbrámos os dormitórios de uma escola secundária onde coabitam oito estudantes, que nem têm metade da área dos nossos quartos no colégio. Os beliches não têm colchões; os alunos dormem sob folhas finas envoltas em várias camadas de lençol. Nesta pequena divisão, há apenas uma janela que deixa entrar luz que permite ver o mínimo na sala.Foi triste concluir aquilo que à nossa vista chegou.

                Dançámos e cantámos como estava previsto e calendarizado neste compacto programa de atividades. Houve ainda tempo (felizmente) para aprendermos uma dança tradicional Yao.

                O terceiro, quarto e quinto dias foram passados numa zona rural, onde ensinámos crianças de 6 escolas primárias. Estes três dias foram provavelmente os mais marcantes e comoventes. As crianças eram absolutamente fantásticas.

                 Na cidade, tornámos-mos celebridades. Todas as noites, centenas de moradores ficavam à porta do nosso hotel à nossa espera. Pediram-nos autógrafos e fotografias. Fomos até convidados para dançar na praça principal da cidade! Foi muito engraçado, e eu nunca imaginei dançar o turco Damat Halayi na China!

                Esta semana passou a voar e foi, sem sombra de dúvidas, uma experiência inesquecível e muito, muito enriquecedora.

                 Nuno